Um diálogo inusitado na saída de uma sessão de cinema: o maior sucesso de bilheteria dos últimos anos é um épico banal ou um novo marco ético? Ótimo
texto de Arnaldo Bloch no Jornal "O Globo" de 10 de janeiro de 2010. Abaixo um pequeno trecho. Para ler na íntegra acesse
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... — Acredite: esse filme é do
bem. Você já foi à Amazônia? Já
esteve no meio de índios? Já
tomou o chá dos índios?
— Eureka! Sabia que tinha
bagulho no meio!
— Confesso que sou ligado
numa mentalidade indígena.
Não interessa se as suas
divindades existem ou não: eles
creem na natureza, como, aliás,
também as culturas africanas, e
essa reverência é salutar, e o
conhecimento que eles tentam
preservar tem um valor que só
agora começa a ser
reconhecido. Não são só os
índios, mas qualquer
grupamento cujos valores são
destruídos. Se lembra da tal da
lenda esquecida de que quando
o mar recua ele depois volta
com violência? Se ela tivesse se
disseminado nas escolas do
sudeste asiático, muita gente
em vez de ficar imóvel, pasma,
quando o mar recuou, teria se
salvado, e não apenas aquelas
da tal aldeia isolada onde este
conhecimento permanecia. A
tal da corrente sináptica da
árvore das almas dos
aborígines do filme é
exatamente isso: a informação
compartilhada entre as
culturas, e não sua destruição
em troca de dinheiro e poder,
produz uma cadeia de
conhecimento que leva a uma
evolução em progressão
geométrica. Essa evolução vem
sendo refreada pelas
contradições da natureza
humana. Curiosamente, a
palavra da moda, na internet, é
compartilhar! Tou te dizendo,
rapaz, a salvação virá daí,
quando as sociedades tribais
que se multipolarizam na rede
se organizarem, como na
revolta que acontece no
planeta Pandora. A revolução
final nascerá da canalização da
informação e do conhecimento
perdidos para a harmonia
ecossocial...
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