14.1.10

O avesso de "Avatar"


Um diálogo inusitado na saída de uma sessão de cinema: o maior sucesso de bilheteria dos últimos anos é um épico banal ou um novo marco ético? Ótimo texto de Arnaldo Bloch no Jornal "O Globo" de 10 de janeiro de 2010. Abaixo um pequeno trecho. Para ler na íntegra acesse aqui.

... — Acredite: esse filme é do 
bem. Você já foi à Amazônia? Já 
esteve no meio de índios? Já 
tomou o chá dos índios?

 
   — Eureka! Sabia que tinha 
bagulho no meio! 
   

     — Confesso que sou ligado 
numa mentalidade indígena. 
Não interessa se as suas 
divindades existem ou não: eles 
creem na natureza, como, aliás, 
também as culturas africanas, e 
essa reverência é salutar, e o 
conhecimento que eles tentam 
preservar tem um valor que só 
agora começa a ser 
reconhecido. Não são só os 
índios, mas qualquer 
grupamento cujos valores são 
destruídos. Se lembra da tal da 
lenda esquecida de que quando 
o mar recua ele depois volta 
com violência? Se ela tivesse se 
disseminado nas escolas do 
sudeste asiático, muita gente 
em vez de ficar imóvel, pasma, 
quando o mar recuou, teria se 
salvado, e não apenas aquelas 
da tal aldeia isolada onde este 
conhecimento permanecia. A 
tal da corrente sináptica da 
árvore das almas dos 
aborígines do filme é 
exatamente isso: a informação 
compartilhada entre as 
culturas, e não sua destruição 
em troca de dinheiro e poder, 
produz uma cadeia de 
conhecimento que leva a uma 
evolução em progressão 
geométrica. Essa evolução vem 
sendo refreada pelas 
contradições da natureza 
humana. Curiosamente, a 
palavra da moda, na internet, é 
compartilhar! Tou te dizendo, 
rapaz, a salvação virá daí, 
quando as sociedades tribais 
que se multipolarizam na rede 
se organizarem, como na 
revolta que acontece no 
planeta Pandora. A revolução 
final nascerá da canalização da 
informação e do conhecimento 
perdidos para a harmonia 
ecossocial...

Leia todo o texto aqui.


   

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